19 de agosto de 2018

"MORRER PARA FRUTIFICAR"

Rumo ao Centenario: "MORRER PARA FRUTIFICAR"
"MORRER PARA FRUTIFICAR"

"Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto." (Jo 12, 24)

Daqui a um ano, em agosto de 2019, celebraremos o centenário de Hoerde.

Neste tempo a Família de Schoenstatt vem se desenvolvendo em grandes proporções e em diversos Institutos, Uniões e Ramos da Liga Apostólica. Das sementes do pequeno grupo de congregados na II Grande Guerra surgiu um Movimento de leigos que abrange homens e mulheres de todos os estados de vida. Naturalmente as dificuldades não foram poucas. Por outro lado, a MTA vem nos preparando e nos dispondo à luta, cuidando que Schoenstatt saia vitorioso em todas as provas e possa cumprir fielmente a sua missão para o tempo atual.

Assim neste ano jubilar, antes de celebrar e agradecer à Mãe de Deus, queremos nos aprofundar na Aliança de Amor, mas agora no espírito que os congregados viveram especialmente durante o período de 1918 - 1919, ano que antecedeu a fundação de União Apostólica de Schoenstatt!

E como era o espírito dos Congregados naquele tempo?

A constituição do primeiro grupo da chamada “Congregação Militar” ou “Organização Externa” deu-se em janeiro de 1916, com os congregados Eise, Römer, Prellwitz e Waldbröl, que recebiam formação militar em Berlim. Eis como Waldbröl nos descreve a primeira reunião:

“Ad maiora nati sumus. Quem haveria de imaginar? Quatro soldados, que a guerra, com mãos cruéis, arrancou ao remanso do seminário para jogá-los no torvelinho do quartel, reúnem-se em Berlim numa sessão de Congregação Mariana. ...

 Pelo intercâmbio de expe­riências pessoais, quisemos reentusiasmar-nos pela causa de Maria. Quisemos renovar-lhe a nossa promessa de eterna fidelidade.

... Ao reconhecimento deveriam seguir propósitos práticos e também um profun­do agradecimento à Mãe de Deus pela ajuda prestada a cada um de nós, como nunca.

... Pedi­mos a Maria a sua assistência especial à reunião, visto que nos faltava o diretor espiritual...

Jamais experimentáramos desta forma a poderosa proteção de Maria e a doçura de seu materno coração....

 Sim, Maria mostrara-se admirável conosco....

Todos queriam con­tar seus casos de evidente proteção de Maria”.

(Nota de rodapé n° 20 - Pág 110 e 111 do Livro "Herói de Duas Espadas").

Nota-se que aos poucos, apesar de todas as dificuldades em reunir-se e consolidar os grupos, o espírito dos Congregados foi sendo moldado para uma entrega total à Mãe. Como também podemos constatar na oração de consagração de José Engling escrita em 03 Jun 1918:

“Querida Mãezinha, Mater Ter Admirabilis, ofereço-me de novo a ti, como holocausto. Eu te consagro tudo o que sou e tenho: meu corpo e minha alma com toda as suas faculdades, meus bens e haveres, minha liberdade e minha vontade. Quero pertencer-te inteiramente. Sou teu. Dispõe de mim e de tudo o que me pertence como te aprouver. Se, porém, for compatível com teus planos, concede-me ser vítima pelas tarefas que deste à nossa Família. Com humildade, teu indigno servo, José Engling”

(Segundo Documento de Fundação, n° 27)

José Mehl relata que na manhã do dia quatro de outubro, pouco antes de marchar para o front de Cambrai, Engling o interrompeu dizendo:

"Estão preparando a minha sepultura... Nesta noite a Mãe de Deus aceitará meu sacrifício..."

"A seguir, deu-me a mão, olhou-me fixamente nos olhos e disse:" “... A Mãezinha está comigo. Estou preparado e tenho tudo em ordem”.  (Pág 325e 326  do Livro "Herói de Duas Espadas")

O HE, EP e PP eram suas principais bases espirituais, dali José mantinha os três pontos de contato e traçava, aos cuidados da Mãe, o seu caminho de santidade.

"Ao meio-dia, José revisou seu horário espiritual. Também o exame particular recebeu em cada hora um traço vertical. Andar na presença de Deus, ajudar os com­panheiros e santificar o dia útil. Foi este seu último exame particu­lar. O “amém” de sua vida. O jovem herói do dia útil, com a idade de vinte anos e nove meses, estava em forma para o último toque de chamada." (Pág 326  do Livro "Herói de Duas Espadas")

A caminho de sua missão, entre dezoito e dezenove horas, José Engling tomba no campo de batalha em consequência dos estilhaços de uma granada de artilharia. É a primeira “cruz negra”, oferecendo sua vida à Mãe de Deus, pela nascente Família de Schoenstatt.

É Hoerde acabando de germinar!

O que isto significa para nós?

A semente do trigo colhido em 20 de agosto de 1919 está em nossas almas. A sorte de Hoerde dos novos séculos depende de nosso espírito de entrega à Mãe, se for total é o terreno fértil para qualquer semente germinar.

O que isto implica de nossa parte?

Respondo-lhes perguntando, estamos preparados para o front de Cambrai?

 

Sidônio e Claudia

Região SP - IX Curso da União de Famílias

 

 

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